sábado, 30 de agosto de 2008

Talvez...


Como você consegue
estar tão aqui
estando tão lá?

Por que eu ainda choro
Se você já disse adeus?

Talvez porque
eu ainda não tive coragem
de dizer adeus a você

Talvez porque ainda me prenda
à lembrança do que poderiamos
ter sido e jamais vamos ser

Talvez porque eu seja tão egoista
a ponto de nao perceber
que para o amor
são necessários
Dois

E talvez você seja tão cego
a ponto de não ver
que para você
basta eu.


04 de Setembro de 2000

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Passado

De repente me pergunto se vale a pena, se esperar por você vale a pena. De repente não, me pergunto isso a todo momento, sempre que penso em você.
Me pergunto também se é amor, se o que eu sinto por você é amor, e pra ser sincera tenho lá minhas dúvidas. Mas porque então espero você?
Nem todos te acham bonito, mas me parece que seu olhar tem a beleza que sempre procurei. Não manda flores, não telefona pra perguntar como foi meu dia, não sabe que dia é meu aniversário ou o meu sobrenome. Não se interessa pelas coisas que eu digo e muito menos em me dizer alguma coisa. Mas me abraça e me diz tudo o que eu quero saber, que naquele momento é meu, e eu sou sua. Mas por favor, não venha me dizer que não me quer, que precisamos nos encontrar em outros braços e depois na sua contigente falta de palavras e excesso de gestos e olhares me pedir para ficar.
Será que não é capaz de finalizar o que começou? Será que toda a sua capacidade está em me confundir? Porque é isso que me parece.
Você não consegue me roubar sequer um beijo e eu já me sinto roubada por não ter isso. Saiba que para nem tudo na vida é necessária uma permissão explícita.
Entre em concenso com você mesmo e decida se você quer ou não quer. Pois enquanto a sua boca disser uma coisa e o seu corpo disser outra eu não vou desistir e isso pode te aborrecer.
Pois por mais difícil que seja eu ouvir o que eu não quero (e por mais que doa é isso que me parece que vai acontecer), é pior eu ficar tentando entender coisas que você insiste em não dizer, achar nos teus olhos um carinho que você não tem e muitas vezes achar que esse olhar me basta.
Sei que cartas são tolas, mas necessárias para quem não consegue dizer. Encarar um papel é bem mais fácil do que ter o seu olhar fixo e muitas vezes de reprovação.
Mas se eu não posso ter você deixe ao menos eu ter a mim.
Uma carta não mandada em 31 de maio de 2001.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Em 2005


Saudade de amor longe de casa é feito corte feito com faca de pão.
Dói, sangra - às vezes até faz esquecer a fome - mas ensina.
Ensina que amor não é coisa miúda e que não acaba na primeira discussão.
Ensina que a gente pode até acostumar com corpos separados mas nunca se acostuma com o coração tão distante. E que telefone até engana, mas ainda está longe de ser um substituto do cobertor de orelha.
Que amor é gostoso quando doce, quente e servido em copo grande.
Que estar junto não significa estar ao lado e que companhia não significa presença.
Que cola é ótima para selos mas de nada ela adianta para coração em pedaços.
Que o balde nunca foi de água fria, mas serviu para te acordar
Que meias de saquinho não tem nada demais se ninguém as acha bonitinhas.
E que não faz sentido ganhar o mundo, se o melhor lugar que existe cabe na circuferência de dois braços a seu redor.
Mas acima de tudo a saudade ensina que a vida é como um Straight Flush tendo um Dez, Valete, Dama e Ás na mão... O jogo só vai estar ganho quando o Rei chegar.




quarta-feira, 20 de agosto de 2008


Cansei de me justificar.


Posso só viver?





segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Já não tento


Muitas vezes não importa para onde estamos indo, e sim o que estamos deixando para trás.

Eu tentei, tentei mesmo e não consegui.

Não consigo me desfazer de você e seguir de mãos vazias. Mesmo sabendo que o peso é muito grande e não vou aguentar por muito tempo.

Deixei no meio do caminho e voltei para pegar, correndo, esperando que ainda estivesse ali. E estava. Mas já não estava como antes, e nem poderia. Sabia demais sobre mim e isso faz você pesar ainda mais. Mas ainda assim quis seguir comigo e parece não se importar com tudo o que sabe.

Na verdade nem eu.

Eu me importo com o tempo que estaremos juntos. Com os momentos que mesmo imprecisos, são precisosos, pois nesses momentos o mundo é nosso, e geralmente é amarelo.

Ali naquele momento eu tenho o que não me falta, mas me completa. Andamos de mãos dadas, nem que seja até a porta e tudo que tenho me basta... Não, não basta. Mas talvez mentindo assim eu me acostume com toda a verdade.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Cego..


Eu não acho que o pior cego é aquele que não quer ver. Se ele não quer ver e realmente não vê, isso está bem para ele, não existe problema...

O pior cego mesmo é o que não CONSEGUE ver...

Tenta, tenta, tenta e não vê nada.

Esse sim sofre...Sofre por não conseguir, se frusta por tentar e falhar.

Esse sim é o pior cego.


Palavra de quem gostaria de enxergar melhor...